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Dia 6 - Ilha dos Porcos e Baía dos Flamingos

Tofo, 30 de novembro de 2022, quarta-feira

Amanhecer

Acordei entusiasmada bem cedo aos primeiros sinais de luz da manhã. Talvez pela ânsia de um dia que sabia ir ser ainda mais diferente, pela ideia de andar de barco, pela aventura de ir para um lugar desconhecido sem conhecer ninguém, pela curiosidade de sentir a vida de uma pequena povoação numa ilha à beira de Inhambane, pelas imagens e sensações que não sabia que iria guardar bem vivas no meu corpo e coração para sempre.


O saco de água

A primeira coisa que fiz antes de sair do quarto foi preparar a minha mochila para o dia. Ia estrear o meu saco à prova de banhos, uma das várias “comprinhas” que havia feito na Amazon para a minha viagem. Daquelas compras que fazemos a pensar que não vamos consegui sobreviver sem elas em um dado momento e que depois do bem-dito objetivo realizado, ficam encafuadas (espero que não para sempre) na mala daquilo que poderá ser preciso numa outra futura viagem :P.

Ora bem, o descritivo do saco dizia que não deixava entrar uma gota de água e que se caísse ao mar, flutuava, se cumpríssemos com o peso recomendado. Obviamente que não estava a pensar andar com o saco na água, mas a ideia da minha querida Canon e os seus acessórios, num qualquer saco, no chão do veleiro, com água a entrar, deixava-me inquieta. Por isso, por muito que ainda só o tenha usado uma vez, valeu a pena.


Bom dia Tofo 😊

Saí do quarto tão cedo que não se ouvia rigorosamente nada para além dos pássaros. A luz que já inundava todo o espaço e aqueles chilreares fizeram daquele momento um momento mágico.

No dia anterior tinha dado indicações no alojamento de que iria sair bem cedo e por isso não iria usufruir do mata-bicho, e eles, bastante atenciosos, prepararam-me um lanchinho para levar para o caminho. Meti-o na mochila, agarrei em mim e fui ter com o Ruben ao topo da arriba, como havíamos combinado no dia anterior.


Carripana de viagem

O Ruben já estava no lugar combinado numa carripana de caixa aberta com o grupo de sul africanos. Quando digo carripana é mesmo uma carripana. Ok, ok… Uma carrinha de caixa aberta com, muito provavelmente, mais de 300.000 km de rodagem pelas estradas de queijo suíço de Moçambique. Sinceramente? Achei imensa graça 😊 Tenho um gosto estranho por coisas decadentes e adoro andar de cabeça ao vento, coisa muito típica de uma pessoa com a cabeça sempre no ar.

Fomos os seis na caixa, eu, o Ruben, e os companheiros simpáticos sul africanos: Sebastian, Vaughn, Kara e Morgan, todos aos saltinhos, a gritar e a franzir a testa para nos ouvirmos num dos poucos canais de som que a velocidade e o vento nos deixavam disponíveis.


‘bora para a Ilha dos Porcos

Fomos para o lado oposto do Tofo, para as bandas do Vertigo Lodge de Estaurio, e depois de uma breve paragem para levantamento de meticais, chegámos ao nosso destino:

Beira da estrada à beira do mato. Awkward…

O caminho era de areia e a vegetação era baixa. Os meus companheiros de viagem descalçaram-se e eu olhei satisfeita para os meus pés já compostos com sapatilhas de mergulho. Havia uma árvore aqui, outra acolá, cruzávamo-nos com uma ou outra mulher a voltar, a ir ou a trabalhar e, aos poucos, a meio dos caminhos de terra em forma de longos ésses, feitos por anos de passagem de gente, comecei a ver o mar.  Foi nesse caminho que tirei uma das minhas fotografias favoritas da minha viagem a Moçambique, que está hoje impressa, emoldurada, em destaque na minha sala.

Quase a chegar à beira da água, circundados com montes cheios de cascas de marisco, parámos e vimos o nosso barco ancorado lá longe. Foi a primeira vez que engoli em seco.

– O quê, temos de ir a pé, pela água, até lá? – perguntei.

A resposta foi rápida e óbvia… “Sim!”, e enquanto exteriorizei um simples e calmo ok! o meu eu interior ficou em total alvoroço. Entrei em modo de relativização da coisa, com o Tico e o Teco a conferenciar:

Teco: Não estás no Algarve Mary, aqui não há peixes-aranha.

Tico: Pois não, deve existir uma parafernália de outras espécies semelhantes ou piores!

Teco: Mas tens as sapatilhas para te proteger…

Teco: E não venhas com a conversa do lodo. O lodo e a sensação de nhanha do fundo dos rios, é nos rios Mary, não é no mar, para além de que tens as sapatilhas postas e elas isolam qualquer sensação estranha.

Tico: Mas, e se há buracos, fundos, tão fundos que não temos a noção da sua profundidade e animais menos amigáveis para me atazanar?

Teco: Os buracos tinham de ser bem largos, não achas? Repara Zé… O Ruben já vai a mais de meio do caminho e continua com água pelo joelho. Queres continuar a exagerar?

Tico: Okay, okay.

E lá fui, a cada passo cada vez mais confiante, até que cheguei ao Dhow.

Dhow é o nome que ouvi chamar e li, mas é nada mais nada menos que um veleiro com um mastro e vela latina.


A caminho da Ilha dos Porcos

Assim que galgámos para o Dhow, e depois de nos acomodarmos, fomos apresentados ao nosso simpático e sorridente skipper, o Afonso, e o Ruben num inglês desenvencilhado de se tirar o chapéu explicou o percurso que iriamos fazer: primeiro íamos à Ilha dos Porcos ou Sobreviventes (já ouvi uma série de nomes ao ponto de ainda hoje não saber qual o real nome desta ilha), depois quando a maré baixasse íamos fazer snorkling e parar numa enseada para apanhar pansy shells, depois deixaríamos os nossos companheiros sul-africanos na costa para, por fim continuarmos, o Afonso, o Ruben e eu, para a Baía dos Flamingos, terminando com o por do sol nos mangais.


O caminho para a ilha foi cool. Ao fim de algumas conversas percebi que os meus companheiros de viagem sul africanos, teriam apenas mais uns seis anos que a minha filha. Uns miúdos, portanto! No entanto e pela sua postura pareceram-me sempre com mais anos do que a sua real idade. Gostei muito deles. Todos simpáticos, educados, com histórias de vida bem distintas e cheias de… vida! Um deles já tinha viajado o dobro do que eu viajei em toda a minha vida!

O Ruben sempre bem-disposto e conversador ia-nos contando alguns detalhes sobre a nossa visita enquanto o Afonso sorria. Delicioso foi quando nos apercebemos do lugar onde o Afonso guardava o telemóvel: num boião de creme! Um truque prático e barato que protege o telemóvel da água e ainda por cima flutua. Comecei logo a pensar numa embalagem que tivesse a dimensão certa para aguentar com a minha máquina (riso).


Na Ilha dos Porcos – chegada à ilha

Assim que avistámos a ilha lá longe o Ruben disse que era para sairmos.

– Outra vez? Temos de ir a pé pela água até lá?


Mudou tudo, confesso! A luz do dia e a transparência da água transformaram um cenário que antes era de medo num paraíso e, caso não estivesse totalmente convencida, a água estava quente, mesmo quente, tipo sopa, mesmo sopa! A água do Algarve que é o que é, ao pé daquilo, é… fria. Hoje, só de pensar nesse momento, quase sinto as minhas pernas a atravessar aquela água maravilhosa! Será que um dia voltarei a ter uma sensação semelhante?


Chegados à praia metemo-nos no mato, seguindo o Ruben em direção à aldeia.


Na Ilha dos Porcos – na aldeia

Não é que já tenha estado em muitas ilhas na minha vida. Aliás, se pensar bem, com esta dimensão, deve ser a terceira, sendo que as duas primeiras foram em Portugal. Ou seja, nada do que via e sentia me era familiar a não ser de filmes ou programas tipo Survivor. Uma terra habitada por Homens, mas pouco alterada por eles.

Seguimos o caminho aos ésses por entre a vegetação, passámos por uma ou outra casa típica, cruzámos com um ou outro porco, e ouvimos um galo a cantar. Pessoas? Até chegarmos à aldeia as que vimos foi de fugida, ao fundo, por entre as árvores.

A aldeia é um conjunto de poucas casas, espartanas, dispersas, dispostas sem qualquer ordem. Umas tradicionais, outras em cimento, e no centro, em destaque, encontramos um grande osso de uma baleia. O Ruben informou-nos que iriamos almoçar ali, ao pé do osso, por debaixo do telheiro, e que era o chefe da aldeia que nos oferecia o almoço, preparado por uma das suas mulheres.

Eu e a Morgan perguntámos se haveria alguma casa de banho onde poderíamos ir e indicaram-nos a casinha para o efeito a uns poucos metros do local onde estávamos. Entrei no cubículo, e vi um assento triangular de cimento num canto com um balde ao lado. Assim que olhei para o buraco do assento perdi toda e qualquer vontade de satisfazer qualquer necessidade. Ainda nos rimos com a nossa reação de princesinhas. De facto, não temos noção… e só damos valor ao que vamos tendo por comparação ou porque perdemos.

Seguimos caminho para dar uma volta pela aldeia e arredores. Enquanto avançávamos o nosso grupo ia ficando cada vez maior com as crianças que se iam juntando a nós. Tantas! Acho que vi mais crianças que adultos em todo o período que estivemos na ilha. Assim que olhavam para as garrafas de água que tínhamos na mão os seus olhos vibravam como se dissessem “dás-me?”.

Passámos por alguns poços grandes, com redes contra insetos a tapá-los, enquanto o Ruben nos explicava que a água potável ali era um bem escasso. Vimos esteiras com camarões a secar. Passámos por uma enfermaria que não conseguimos entrar porque naquele momento uma jovem estava em trabalho de parto. Vimos uma igreja “Comunidade Santa Clara”, tipo missionária, talvez o edifício maior e mais sólido que vi enquanto estive na ilha. E, de repente vimos painéis solares! Algo não bate certo aqui!

Pelo que já tinha observado, tinha-me apercebido que muito ocasionalmente diferentes alguéns lembram-se de fazer alguma intervenção na ilha. A igreja é o exemplo mais sólido e aparentemente o mais antigo, a enfermaria menos antiga que a igreja, os gigantes e despropositados posters com uma moça a anunciar uma marca de cosméticos junto ao osso de baleia com o aspeto de uns dois anos, e depois os painéis solares. Dizem que foram os chineses, mas depois de perguntar se todas as casas dos habitantes da aldeia eram alimentadas com energia pelos painéis e receber silêncio de volta, resolvi ficar calada.

Continuámos caminho até chegarmos a um terreiro cheio de miúdos. A escola! 

Tinha dois “edifícios”, um maior e um pequeno. Entrámos no pequeno, uma construção erguida com troncos e com chapas de ferro ferrugentas a cobrir o teto e parte das laterais. Tinha apenas uma ardósia toda riscada ao fundo e algumas daquelas secretárias antigas de madeira com tampo, nada mais do que isso, para além de uma garrafa de coca-cola.

Naquele momento só me veio a imagem do filme “Os Deuses devem estar loucos” e até comentei isso com os meus companheiros de viagem que, estranhamente tendo em conta a sua idade, sabiam do que eu estava a falar.

Esse filme, sul-africano, da década de 1980, aborda o relativismo cultural de uma forma ocidentalmente cómica: Um dia, um piloto de um avião, ao sobrevoar o deserto de Kalahari, deita fora uma garrafa de vidro de coca-cola e os habitantes da tribo de Xi, que falam com aqueles estalinhos, acharam que aquele objeto estranho era um presente dos Deuses. Como era apenas um, indivisível, começaram a existir disputas e conflitos na tribo e decidiram então que deviam devolver o artefacto aos deuses. É Xi que assume essa tarefa e na sua viagem acaba por se cruzar, pela primeira vez, com a civilização ocidental.

– Os Deuses hoje, devem estar descrentes – diria eu.


Na Ilha dos Porcos – almoço

Voltámos para o centro da aldeia para almoçar.

Uma das pequeninas que nos acompanhou em todo o caminho, aquela mais pequenina que ficava sempre para trás e que não imitia qualquer som, continuou connosco. Achei-lhe imensa graça. Assim que nos sentámos para almoçar sentou-se prontamente à mesa, mesmo ao centro, para comer connosco. Sempre calada, sem expressão, comeu tudo, levantou-se e bazou.

Comemos Matapa. Os meus companheiros de viagem já tinham provado e diziam que era ótimo, mas para mim seria a primeira vez. Era uma papa verde, feita com folha da mandioca pilada, que comemos com arroz e marisco.

Depois do almoço, ainda no telheiro, pedi a uma das moças que ali estava, a Amélia, super simpática e divertida, para me fazer umas trancinhas. Acabaram todos por fazer trancinhas, até os rapazes! O Vaughn ficou de morrer cheio de puxinhos (riso).

bye bye Ilha dos Porcos

O tempo estava a passar e tínhamos de ir embora. Ainda tínhamos lugares onde ir.

Despedimo-nos dos habitantes da aldeia e voltámos à praia, com os meninos a acompanharem-nos em todo o caminho. Que momento tão querido… Desde que entrávamos na água e durante grande parte do caminho que fizemos até ao barco foram por uma língua de areia lateral sempre a acenar para nós.

Todo o caminho pareceu rolar em camara lenta, como se o meu corpo e a minha mente quisessem a todo o custo preservar aquele momento: A água quente, mole, transparente, a brisa que existia, que não era quente, nem fria, a luz, a imensidão de mar e céu, e o nosso barco lá ao fundo.

Pansy island

Já no Dhow com o Afonso fomos em direção à Pansy Island. Não era uma ilha, mas uma enseada no meio do mar que aparecia quando a maré baixava. O seu nome, ou pelo menos o nome que ouvi deve-se à existência de muitas Pansy Shells naquela área.

E o que são pansy shells? Traduzindo à letra são conchas de amores-perfeitos, mas não são conchas, nem amores-perfeitos. São seres como por exemplo as estrelas-do-mar, que quando morrem, fora de água, enrijecem e ficam brancos com a luz do sol, ao ponto de parecem de facto uma concha. Dizem que é uma espécie que só existe no oceano indico e enquanto uns se referem a elas como moedas perdidas por sereias ou por pessoas da Atlântida, outros referem o simbolismo que os missionários cristãos encontraram no seu padrão radial de 5 pontas de um lado e a forma de uma pomba do outro.

Assim que chegámos a um ponto onde era possível mergulhar e encontrar as Pansy Shells, os meus companheiros de viagem e o Ruben calçaram as barbatanas, colocaram a máscara de mergulho e atiraram-se com estilo para a água. O Ruben levou a GoPro da minha prima para filmar já que eu havia decidido não mergulhar.

Hoje, passados uns meses, não é que me arrependa de não o ter feito. Foi um processo em que o Tico ganhou ao Teco mesmo com o argumento adicional de que a Kara era nadadora-salvadora. Faz parte e sinceramente, é lidar. Mas para a próxima, onde for, não me vou bloquear.

Voltados ao barco, fomos em direção à enseada para apanharmos mais Pansy Shells e entre as que apanhei e as que o Ruben mais tarde me deu, acabei por levar para o alojamento ao fim do dia uma caixa cheia delas, já a contar que muitas iriam partir-se pela sua fragilidade.

O dia já ia a mais de meio e era altura de voltar, até porque a primeira excursão já estava a terminar. Velejámos em direção à costa para irmos deixar os queridos companheiros de viagem sul-africanos, para depois iniciarmos a minha segunda excursão à baía dos flamingos.


Baía dos flamingos e mangais

Todo o caminho até e a própria Baía dos Flamingos àquela hora do dia é uma visão de agradecer aos céus. É um lugar abençoado pela sua beleza e extensão. O Ruben, um querido, decidiu ancorar o barco para que eu pudesse ir passear e fotografar ao longo da praia. Sem demoras, galguei barco fora com a minha Canon em punho e fui 😊


Caminhei em direção aos flamingos para os fotografar, andei ainda mais para ao pé de uns pescadores que estavam a tirar os poucos peixes que tinham pescado, da sua rede e quando regressei ao barco perguntei ao Afonso se o barco tinha nome. Respondeu-me que não e de imediato perguntou-me se eu lhe queria dar um nome.

– A sério? Posso escolher o nome? – perguntei entusiasmada. Na confirmação, respondi sem pensar sequer duas vezes:

– Manuel, o nome do meu pai – e recebi um maravilhoso “Manuel, será!”

Continuámos em direção aos mangais. Na minha ignorância na altura ainda achava que um mangal era uma plantação de mangas (riso). Mas rapidamente percebi que eram aqueles troncos tortos que saíam da água e ainda aprendi e percebi a sua primordial importância para a preservação daquele ecossistema.

Para uma pessoa como eu, que se sente extremamente desconfortável (forma polida de dizer: medo) com tudo o que seja escuro e incógnito debaixo de água, não era algo que me atraísse, sinceramente. Mas dali do barco, a flutuar bem rente, devagarinho, com apenas o som do ranger da madeira no Dhow e os pássaros como banda sonora, ao fim do dia, senti-me como se estivesse no último santuário intocado pelo Homem na terra. Não há como não sentir beleza em tudo isto…


Regresso a casa

Voltámos pelo mesmo caminho que viemos e, enquanto assistíamos ao por-do-sol vermelho o Afonso ia-nos velejando até à costa para irmos para casa.


Como esperado, o barco ancorou longe da costa, mas já estava a escurecer…

Saímos do barco e já dentro da água ainda bem quente, segui o Ruben tipo sombra, se ainda houvesse sol, sem demais problemas.


Chegados a terra seca, atravessámos o mato em direção à carripana e assim que avistámos o motorista começou a chover. O Ruben, super atencioso fez questão que eu fosse à frente com o condutor enquanto ele foi na caixa aberta à chuva, pobre coitado.

Enquanto a carripana rolava pela estrada fora, com muito pouca luz e chuva, só me lembrava das recomendações do Fred. Então era isto que querias dizer Fred… É de facto, um perigo do caraças… Tinhas razão… Mas eu também não podia ficar ali no mato até ao amanhecer…


Chegada ao alojamento

Cheguei sã e salva ao alojamento. Agradeci pelo maravilhoso dia e despedi-me do Ruben da @boa.gente_tours com um até um dia.

Assim que cheguei ao quarto, fui para o chuveiro, depois comi qualquer coisinha da comida de sobrevivência que tinha comprado no dia anterior, liguei para o meu grupo de Whatsapp a contar as notícias do dia e caí redonda na cama.


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INDICE DO DIÁRIO DA VIAGEM A MOÇAMBIQUE | VER O DIA SEGUINTE

Este artigo foi originalmente publicado a 11 de junho de 2023 na primeira versão deste blog "Eu sou por Tu Foste" e agora migrado para aqui.

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